quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

As cinco músicas mais legais para dirigir

Uma das imagens mais marcantes que tenho do trânsito foi a de um acidente feio, que quase matou a minha mãe e que, se não tivéssemos trocado de lugar, pouco antes, talvez eu iria no lugar dela, afinal, estava com dez anos e talvez não sobrevivesse. Por isso, é bom lembrar que existe música, que é vida, e é capaz de me reconciliar com meus maiores medos.

Existem momentos em que você quer estar longe. Do trabalho. Da casa. Da família. De quem que você namora. Talvez a sensação maior de liberdade seja estar na direção de um volante. Seguir a estrada pode representar o mesmo que seguir em frente.

Outro dia li algo a respeito sobre ultimar os relacionamentos, que é, mais ou menos, algo como esquecer, mas sem aquela neura de ficar pensando como determinado alguém está. No meu caso, creio que ainda não consegui – meu pai é um grande exemplo disso -, mas, sempre que penso nele, ou sonho com ele, conversamos na estrada, indo para um Drive True  do Oeste Americano.

Na estrada desses sonhos, conversamos muito, e talvez mais do que a vida inteira. A estrada ainda representa, para mim, um sentimento de inadequação pois, como alguns sabem, eu não sei dirigir, e essa ainda é uma de minhas frustrações, bem como a de não tocar violão, coisa que eu sempre quis, entrei em aula, mas não consigo entender as partituras, cifras e afins.

5º) Deixaria Tudo – Leonardo


“Já tentei te convencer de tudo quanto é jeito, antes que o mundo desabasse todo de uma vez. Fiquei perdido sem você no meio de um deserto, me perguntando se ainda sobreviverei”... Tá, eu sei que você pode pensar que o mais coerente, se escolhi o Leonardo, era que a música fosse a regravação do Roberto Carlos “120... 150... 200 Quilômetros Por Hora”, que não gosto, mas... Não estou aqui para ser justo e o meu comprometimento é com o meu gosto pessoal. Essa música, uma regravação do cantor latino Chayenne, no entanto, além de ser uma delícia de ser cantada em um volante, me remete a entrega, resolução de histórias mal resolvidas.  Eu deixaria tudo se você ficasse, meus sonhos, meu passado, minha religião. Depois de tudo estás fugindo dos meus braços, deixando o silêncio desta solidão. Não sei mais o que eu faria, desejos, loucuras, toda fantasia.Nada tenho a perder, diz pra mim o que mais você quer... da minha vida”. E quem ouve, falo por mim, torce por um final feliz.

4º) Fantasy Rihanna - Shut Up And DriveRihanna - Shut Up And DriveRihanna - Shut Up And Drive– Mariah Carrey



A vida pode ser uma diversão? Nesse clip, em um parque repleto de brinquedos que representam a infância, como montanha russa e até um palhaço, a cantora prova que sim. Oh, quando você anda por aí todas as noites, falando doce e todo bonito, tenho um tipo de agitação interna. Oh, querido, estou tão na sua... Querido, se você apenas soubesse todas as coisas que passam pela minha cabeça, mas é apenas uma”... E a letra pode ser fraca quanto for, mas a voz, e o ritmo, fazem você cantarolar. Vale colocar no pendrive e sair dirigindo, e gritando, essa música.

3º) Shup Up And Drive – Rihana

Rihanna - Shut Up And DriveRihanna - Shut Up And DriveRihanna - Shut Up And Drive
Comecei a gostar de Rihana a partir dessa música. Primeiro pelo clipe, em que ela é atitude pura. Segundo, pela música, que é cativante.  “Eu tenho procurado por um motorista que seja qualificado, então se você acha que é a pessoa certa, pegue minha carona”. Aceitou o convite? Então, segura a onda. “Eu sou uma máquina calibrada com velocidade supersônica com um teto solar e uma pose de gangster (...) Meu motor está pronto para explodir, então me dê a partida e veja-me ir”. Para quem começou detestando sua performance em S.O.S e não havia achado nada demais em Umbrella, Rihanna deu uma reviravolta. “Você pode lidar com as curvas? Você pode ultrapassar todas as luzes? Se você puder, garotinho, então nós podemos nos divertir a noite toda Vai de 0 a 100 em 3.5 (segundos), querido, você tem as chaves. Agora, cale a boca e dirija”. Entendeu o recado?

2º) Pocket Full of Sunshine - Natasha Bedingfield


Essa eu descobri no The Sims 2, cantada em Simlish (idioma do jogo) antes de estourar na MTV, e procurei durante algum tempo até descobrir quem cantava.Eu tenho um bolso, um bolso cheio de luz do sol, eu tenho um amor e sei que ele é só meu”...No fundo, todos sabem que existe alguém feito na medida exata para completar o outro. Pode estar do outro lado do mundo, ou em Uberlândia, pode estar do lado de sua casa, mas é fato que em algum lugar, mesmo que nunca seja encontrado. “Faça o que você quiser, mas você nunca irá me destruir Obstáculos e pedras nunca vão me amedrontar”. E os sinais estão em todo o canto. Nesse clipe e nessa música, desculpe a definição, “fofinha”, eu enxergo isso nitidamente. Quando você está triste, e vai para a estrada, isso eu sempre vejo em filmes, procura-se a liberdade. É o que traduz essa música, mais com um detalhe a mais: a liberdade, acrescida de alguém que jamais irá medir você, e lá, nesse lugar ou outro mundo que representa outro alguém, você pode ser quem quiser. “Me leve para um lugar secreto, uma doce fuga, me leve, me leve para o paraíso, me leve para o lugar mais alto”. E a sensação, principalmente em um volante, no caos do trânsito ou em uma estrada verdinha, ou esburacada, é que as coisas podem dar certo.

1º) Photography – Nickelback


Essa é a minha canção favorita de todos os tempos, e até hoje, a que mais me representa. “Olhe para esta foto toda vez que eu olho, ela me faz rir. Como nossos olhos ficaram tão vermelhos? E que diabos é aquilo na cabeça do Joey?”. A melhor música de todos os tempos, que também foi pano de fundo para a retrospectiva de minha vida em fotos no telão de casamento. Representou muito. Outra vida completamente diferente e uma vida entregue, nas mãos de outra pessoa, para dividi-la, sem saber se dará certo ou não. É esse caminho sem volta da vida, das estradas, da ruptura que é o casamento com todas as coisas, por mais que todos neguem. “Toda lembrança de vigiar a porta de trás, eu deixava o álbum de fotos espalhado no chão do meu quarto, é difícil de dizer, e hora de dizer: adeus, adeus”, brada o refrão. E, inevitavelmente, me arrebata.

Um comentário:

  1. Dessa sua lista, só concordo com 'Photograph', do Nickelback (que eu AMO!)... Concordo até pelo fato de ser uma musica que marcou a chegada dos meus 30 anos!
    Enfim... Para dirigir eu escutaria "High Enough" do Damn Yankees, ou "If You Needed Somebody" do Bad Company, "Miles Away" do Winger, "Everybody Wants to Rule The World" do Tears for Fears, "Regret" do New Order, "The Only and One" do Chesney Hawks... Nossa! a lista vai ficar enorme!
    =]

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